Não será, felizmente, novidade absoluta o lançamento de uma revista de cariz literário particularmente relacionada com o género da ficção especulativa.
No entanto, no caso presente, pretendemos que a nova revista Trëma seja a ponta do icebergue de um projecto mais vasto, com características pouco ortodoxas, e com o qual pretendemos colmatar um vazio que sentimos existir no campo da ficção especulativa em Portugal.
Um novo nome
Optámos pelo nome Trëma por duas razões principais:
1) A intimidação (benéfica) de um processo de avaliação crítico; 2) pela sua existência na grafia brasileira da língua portuguesa, sendo um elemento "alien" em algo que nós tão bem conhecemos; é o alien dentro de nós próprios.
De um novo projecto
Pretendemos dar forma a um projecto que assuma um papel de especial atenção aos criadores e às suas obras, que estabeleça padrões claros em termos de qualidade e de referências, e que faça por participar de forma activa, – informativa e formativa –, para a aplicação desses padrões. Que contribua para a divulgação e debate do que actualmente influencia o mercado editorial, nomeadamente o que afecta as diversas correntes que se aglutinam nesse caótico albergue espanhol comummente apelidado de “género fantástico”.
Outro dos objectivos do Trëma é posicionar-se sem complexos no cerne do que é hoje este género; no qual a uma veia underground longeva, militante e resistente, veio juntar-se a actual moda que, primeiro pela fantasia épica e depois pela fantasia urbana, tem causado um influxo adicional de novos leitores, de novos executantes e de novas publicações. Uma Torre de Babel para a qual interessa criar um (fidedigno) guia de viagem, tentando igualmente contribuir para o seu melhor desenvolvimento e para uma produtiva troca de experiências.
O projecto terá vários componentes, quer apoiados em novas tecnologias quer de carácter presencial; sendo iniciado com o lançamento da Trëma, em formato electrónico e em papel, e com o embrião da sua presença na Internet. Pretende-se ainda que abranja oficinas literárias presenciais, a começar por lançar em breve em Lisboa.
Com uma nova publicação
A revista funcionará de certa forma também como uma oficina literária. Efectivamente, o processo de submissão, e eventual publicação, de textos irá respeitar vários processos diferentes do usual. Assim, cada texto recebido será avaliado por um editor e por dois avaliadores, convidados pela revista entre os profissionais da área; mantendo estes últimos o anonimato durante todo o processo. O autor terá acesso aos comentários dos três, por escrito; excepto se o editor, o único elemento que se identifica pessoalmente, decida previamente que o texto não possui qualidade mínima para ser submetido aos avaliadores, enviando apenas o seu comentário por escrito ao autor.
De uma forma sucinta, o texto poderá ser recusado, com um resumo global das causas dessa recusa, ou poderão ser apontadas mudanças, estruturais ou de pormenor, que possam fazer aproximá-lo dos padrões exigidos pela revista. Obviamente, o texto poderá também ser imediatamente aceite!
Para além de ficção, a revista irá também publicar resenhas, artigos, entrevistas, notícias e rubricas de opinião. E, para além da literatura, pretende adicionalmente abordar outras formas de criação que estejam ligadas ao género fantástico.
Como podem depreender pela ambição descrita acima, este será um caminho trabalhoso. Assim, planeamos lançar o primeiro número no segundo semestre de 2011. Até lá, contamos com a vossa participação, e opiniões, que podem ser endereçadas a trema.mag@gmail.com ou transmitidas no blogue trema-mag.blogspot.com, para que o projecto arranque da melhor forma.
Rogério Ribeiro e Sofia Vilarigues (e logotipo de Ana Baptista)
Parabéns pela iniciativa! Desejo muito sucesso para esta nova magazine! (^-~)v
ResponderEliminarJá tem um fã!
Cheers
Parece-me uma óptima iniciativa (e toda a descrição de avaliação me lembrou imenso a avaliação de um artigo científico xD)
ResponderEliminarBoa sorte com o projecto ^^
"1) a intimidação (benéfica) de um processo de avaliação crítico; 2) pela sua existência na grafia brasileira da língua portuguesa, sendo um elemento "alien" em algo que nós tão bem conhecemos; é o alien dentro de nós próprios."
ResponderEliminarWTF.